sexta-feira, 22 de junho de 2012

Coletivo Feminista "Tieta do Agreste"

       Com o intuito de discutir e lutar pela pauta de todas as mulheres da classe operária do
mundo, que sofrem diariamente com violências físicas e psicológicas de parceiros, familiares e desconhecidos, algumas mulheres da luta feminista de Vitória daConquista, através de diálogos em comum resolveram por se organizar em um coletivo, o qual deram o nome de “Tietas do Agreste”. Compreendemos que a luta feminista é global e que deve respeitar a cultura e identidade local, nordestina, e por isso nos inspiramos na personagem de Jorge Amado.Tieta, inconformada com o lugar que lhe foi designado na sociedade, admitiu uma atitude de contestação e rebeldia, rompendo com os costumes e os valores da época, aspirando a liberdade de decidir seus próprios rumos!!!
      O nosso grupo, “Tietas do Agreste”, organiza-se com a proposta de estudos e ação, pois entende a necessidade das mulheres se aprofundarem nos temas e conceitos essenciais do feminismo, mas sem perder de vista a intervenção organizada na sociedade através de ações concretas que visem expandir e reverberar os estudos realizados, bem como contribuir para a transformação dessa realidade cruel e opressora que vivemos. Afinal, “quem não se movimenta não sente as correntes que as prendem”, já dizia Rosa Luxemburgo. 
      Por tanto, para cada espaço de formação sobre um tema específico, o grupo desenvolverá uma ação externa, que pode ser de diversas formas, seja um ensaio fotográfico, produção de jornais, intervenções urbanas, atos públicos... A proposta da mulherada é botar a cara na rua! Mostrar que tem vez e tem voz, para que as pessoas esqueçam esse papo de que “o machismo acabou”. Embora muitos direitos já tenham sido conquistados pelas mulheres ao longo da história, o feminismo permanece extremamente atual, visto que o patriarcado e o machismo apenas adquiriram novas roupagens e manifestações, porém mantêm-se firmes e expressam-se cotidianamente na vida de homens e mulheres, seja nos atos mais sutis e despercebidos, até os cruéis e violentos. No Brasil, a cada 15 segundos uma mulher é violentada, e a cada 2 horas uma mulher é ASSASSINADA!
       A próxima atividade do Coletivo será no dia 30/06, na UESB. Discutiremos um texto e faremos um ensaio fotográfico feminista. Será um espaço aberto para todas que quiserem participar. Interessadas entrar em contato: feministas-conquista@googlegroups.com
       Isso precisa acabar, é uma realidade com a qual não queremos conviver, por isso nos organizamos!


“Tiêta não foi feita
Da costela de Adão
[...]
Tiêta é a serpente
Que encantava o paraíso
Ela veio ao mundo
Prá virar nosso juízo...”
Coletivo Feminista "Tieta do Agreste"

domingo, 10 de junho de 2012

Mesa Redonda: Privatização do Esaú Matos

Galera,


        Na próxima terça-feira (12) acontecerá na UESB uma mesa redonda sobre a Privatização do Hospital Esaú Matos aqui de Vitória da Conquista. A discussão contará com a participação da Subsecretária de Saúde, Karina Brito, e do Presidente da OAB, Gutemberg Macedo Jr. A mesa está sendo organizada pelo Diretório Acadêmico de Medicina - DAM, e será às 18h no Módulo III (Luizão).
        Participem, pois será uma discussão muito importante para toda a região, já que o hospital é de abrangência regional, e também porque se trata do modo como o serviço público é tratado em nosso país.


O maior erro que um homem pode 
cometer é sacrificar a sua saúde 
a qualquer outra vantagem.
Arthur Schopenhauer
Natália SilvaDCE gestão Nada Será Como Antes

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Nota de apoio a paralisação dos discentes da UFBA


UFBA - Vitória da Conquista
    Há algumas semanas docentes e discentes de grande parte das Universidades Federais do Brasil começaram uma greve em favor de melhores condições de trabalho e reajuste de salários para os professores e por melhorias nas instituições de ensino que em boa parte se encontram precárias.
      Em Vitória da Conquista não podia ser diferente. Nesta segunda-feira (04) os estudantes do Instituto Multidisciplinar de Saúde/Campus Anísio Teixeira/ UFBA decidiram em Assembléia Geral fazer uma paralisação com indicativo de greve se as reivindicações não forem atendidas.  A insatisfação dos discentes parte das atuais condições de infraestrutura, ensino, pesquisa, extensão, assistência estudantil e autonomia da instituição.
      Por entender a importância da mobilização dos estudantes da UFBA a gestão Nada Será Como Antes do DCE/UESB vem através dessa nota demonstrar o seu apoio aos nossos companheiros e por sabermos também o quão difícil é enfrentar o descaso que a Universidade pública está sofrendo atualmente em nosso país.
    Desse modo nos colocamos a disposição para ajudar no que pudermos, e convidamos a comunidade Uesbiana para apoiar essa luta que ontem parecia ser só nossa, que hoje parece ser só deles, mas que na verdade sempre foi de todos nós, mesmo porque lutamos por uma só causa, a Universidade pública de qualidade!


Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte
.
 Hino Nacional Brasileiro



DCE UESB Nada Será Como Antes



domingo, 3 de junho de 2012

Nota do CARM sobre o veto às Turmas Especiais do PRONERA - PORQUE A UESB PERDEU O BONDE DA HISTORIA?


No dia 18 de maio foi reapreciada pela plenária do DCSA a criação de uma turma especial de Direito para beneficiários da reforma agrária. A votação terminou com 18 votos contrários à criação, 15 a favor, e 3 abstenções. Nós do CARM votamos a favor da turma, e viemos, por meio desta nota, falar sobre a oportunidade histórica que nosso curso e nossa universidade perderam.
Antes de expressarmos opiniões soltas pelos corredores, é necessário compreendermos a real natureza do Projeto, suas finalidades, seu funcionamento, sua importância acadêmica, política e social. As Turmas Especiais de Direito para beneficiários da Reforma Agrária se fundamentam numa parceria entre a Universidade, Ministério da Educação e o INCRA, por meio do PRONERA (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária), que é um programa do governo federal que tem por objetivo geral desenvolver práticas educativas ligadas à realidade do campo.. A turma garante aos camponeses/as, assentados/as e agricultores/as familiares tradicionais o acesso à educação superior, do qual foram historicamente excluídos/as, proporcionando-lhes o preparo técnico necessário e indispensável para assessorar juridicamente suas comunidades, contribuindo para sua legítima emancipação.
O ingresso à universidade acontecerá por meio de processo seletivo, mediante apresentação de declaração de entidades representativas dos trabalhadores rurais, atestando condição de agricultor familiar. Quanto à proposta curricular, a turma não fere a autonomia da Universidade, pois mantém a mesma grade do curso regular, mas com uma metodologia diferenciada, contextualizada com a realidade do campo. Além disso, o projeto tem orçamento próprio, e de forma alguma contribuirá para o sucateamento da Universidade. Pelo contrário, suas verbas poderiam se reverter em contratação de novos professores, compra de livros para a biblioteca, beneficiando toda a comunidade acadêmica – além de recebermos estudantes de todo o país e termos os holofotes jurídicos voltados para a UESB. A proposta amplia o leque de ações afirmativas em educação para comunidades do campo, que contrapõe a “elite” cultural (e econômica) que predomina nos cursos jurídicos de universidades públicas no Brasil.
Com a criação da primeira turma de direito, na UFG - Goiás, o MPF-GO ingressou com ação de inconstitucionalidade da turma e do PRONERA como um todo. O STF apreciou a lide e julgou ambos como constitucionais. Mesmo estando no nono semestre, dos 57 alunos da turma da UFG, 15 fizeram inscrição para fazer o exame da OAB e 10 passaram para a segunda fase. Seis desses foram aprovados e aguardam a colação de grau para iniciar as atividades de advocacia. Recentemente a UEFS e a UNEB aprovaram turmas especiais de Direito para os seus campi, e outras universidades como a UFPR tem caminhado no mesmo sentido.
Na verdade, enxergamos que como pano de fundo da discussão sobre a turma, está outro debate e forma de dominação: o Latifúndio do Saber. Sem-Terra professor, agrônomo, ou assistente social, é algo até plausível, contudo, para as elites, é inadmissível que exista Sem-Terra advogado, promotor ou juiz.
Nós do CARM lutamos todos os dias para que a UESB se torne uma Universidade Popular, cumprindo sua função social, e produzindo um conhecimento que sirva a população mais carente. Com o veto à criação da turma perdemos uma grande oportunidade de avançar nesse sentido.
Nossas ações continuam no sentido de proporcionar ao nosso curso uma formação mais critica e humanística, sempre atenta às demandas populares. Temos a convicção de que estamos do lado correto, o do povo pobre e oprimido! É com e por esse povo que lutamos! É a esse povo que o nosso curso deve servir!


Centro Acadêmico Ruy Medeiros

Gestão: A Luta é o Tempero do Meu Samba