Na manhã do dia 30 de maio, dando continuação
a sua jornada de lutas, o MPA – Movimento Dos Pequenos Agricultores ocupou mais
um órgão público de 17 estados do país, e hoje foi à vez do Banco do Brasil,
que no caso de Vitória da Conquista é gerenciado por um homem extremamente
grosso e intransigente que atende pelo nome de Valdir Canguçu.
Há anos os Pequenos Agricultores vêm sofrendo
com a intransigência do referido gerente, que se negou por vezes até mesmo recebê-los
para renegociação de suas dívidas, por isso estão em luta para que a gerência
do banco seja mudada, com gritos como “aha uhu fora canguçu”, pediam a
substituição do gerente. Os camponeses querem ainda poder abrir créditos no
banco para financiar a agricultura que alimenta o Brasil, já que são proibidos
a anos de realizar essa transição devido às dívidas que o banco se nega a
renegociar.
Os lutadores e lutadores do MPA
infiltraram-se na agência do Banco do Brasil um a um, e por volta das 11 horas
da manhã o banco foi declarado ocupado. Com muita cantoria, gritos de ordem,
bandeiras, violão e muita garra os camponeses permaneceram na agência por duas
horas sem mínima manifestação do gerente ou do superintendente. Após muita
insistência e descobrir uma mentira dita pelo gerente Canguçu que afirmou aos
ocupantes que o superintendente não estava presente, dois companheiros foram
então encaminhados para uma conversa no andar a cima da mobilização. Enquanto os
companheiros da coordenação do movimento de Vitória da Conquista dialogavam com
o gerente e com o superintendente a ocupação continuou na área dos caixas eletrônicos,
com muita cantoria e gritos de ordem em nome das lutas do campo.
A intransigência do gerente da agência se
mostrava em todos os momentos da ocupação. A polícia militar foi acionada assim
que o espaço foi declarado ocupado, e como na maioria, se não em todas às
vezes, se colocou ao lado dos poderosos, sendo completamente grosseiros com os
ocupantes. Inclusive, dois policiais apareceram com metralhadoras, numa
ocupação de cunho completamente pacífico. De um lado estava o povo que luta por
direitos, do outro a polícia que viola direitos. Os ar condicionados foram
desligados logo após ter dado início a ocupação a fim de incomodar ou fazê-los
desistir, mas da luta do povo os camponeses não se retiraram. Foram ainda
completamente proibidos de fazer uso dos banheiros do banco, banco do Brasil,
dos brasileiros...(?)
Por fim, após três horas de ocupação os
companheiros desceram com os informes da reunião. Foi acordado com o Banco que
na tarde de amanhã (31 de maio), os camponeses poderão ir à agência para
renegociar suas dívidas. Pagarão então 3% do valor da dívida e renegociarão o
restante. Quando 20% da divida estiver paga poderão então fazer um novo
crédito. O sistema de crédito usado pelos pequenos agricultores é o PRONAF
(Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). O programa
financia projetos individuais ou coletivos que gerem rendas aos agricultores e
assentados da Reforma Agrária.
A luta se estenderá em Salvador, já que o
Banco do Brasil se propõe a financiar os créditos do PRONAF somente para o
monocultivo da mandioca, e o movimento entende todo e qualquer monocultivo como
prejudicial à agricultura brasileira, a luta continua para que eles possam
plantar todos os vegetais que desejam afinal ninguém se alimenta só de
mandioca, e são os camponeses responsáveis pela alimentação de 70% da população
brasileira.
Ainda em
março foi aprovada pela Comissão da Amazônia,
Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional, a criação de um fundo de investimento para o
agronegócio. Sim... Aqueles que produzem alimentos cheios de venenos, que
prolifera o câncer, má formação de bebês, abortos espontâneos, entre tantos
outros problemas a saúde humana. Há um investimento de 8 bilhões de reais para
o agronegócio. Em sua jornada de lutas o MPA defende também a
agricultura camponesa, livre dos venenos do agronegócio.
Se de dia os camponeses vão à luta, de noite se recolhem para estudar.
Durante a jornada de lutas, os camponeses do MPA separam todos os dias um
espaço para a formação dos seus militantes, pois entendem a importância da
educação para todo e qualquer ser humano, espaços esses alguns dias facilitados
por estudantes e professores da UESB. Fazem ainda uma crítica à educação
brasileira, que está sendo sucateada pelos nossos Governantes, e ainda mais a
educação no campo, que não conta com profissionais habilitados para trabalhar
com as pessoas que têm realidades diferentes das criadas no meio urbano. Lutam
ainda pela reabertura e melhoramento das escolas na zona rural, já que boa
parte delas foram fechadas e as que ainda funcionam seguem cada vez mais
sucateadas.
Laysa "Lalaay" de Gouveia
DCE gestão Nada Será Como Antes
(...)Se de dia os camponeses vão à luta, de noite se recolhem para estudar.
ResponderExcluirEsse é o maior barato de quem luta, pois estudam e lutam. É assim que se vence. Demais!
Parabéns pelo texto lalay, Você é brilhante!
saudades
...